5-2 ao Real! Uma segunda parte de bom nível e fragilidade da desfalcada defesa merengue permitiram ao Benfica saborear a vitória sobre o colosso espanhol e conquistar a Eusébio Cup. Martins e Witsel continuam a dar cartas, o lado esquerdo mantêm-se um problema, mas boa notícia pode ser a recuperação de Enzo Pérez, que bisou e sorriu finalmente.
Jesus anda a inventar um lateral-esquerdo, Mourinho chegou sem um titular, da baliza ao lado canhoto. E, claro, já se sabia, não havia Alonso, Khedira, Özil e Ronaldo do meio-campo para a frente. As baixas inclinaram a balança para o lado da equipa portuguesa, que chegou com demasiada facilidade ao 1-0 e depois acabou mesmo por vencer.
O tubo de ensaio do treinador do Benfica estalou aos 19 minutos, quando uma bola longa deixou Melgarejo a meio caminho, Di María correu quem nem louco e cruzou, largo e atrasado, para a primeira finalização de Callejón. No segundo golo, faltou trinco e velocidade aos centrais, nada a apontar aí ao paraguaio. Mas aquele salto em falso de Melgarejo no 1-1 deixa no ar poucas esperanças quanto sucesso da sua adaptação, pelo menos para já, para quando os jogos começarem a doer e os adversários tiverem a tentação de explorar o seu lado. Já nos movimentos ofensivos, participou em algumas das boas iniciativas do ataque.
A nota maior foi, sem dúvida, a exibição de Carlos Martins (que bela dupla com Witsel). E, com a noite, caiu novamente a pergunta, na Luz: por que não estava por aqui no último ano? O internacional somou três assistências e marcou um golo, numa exibição premiada aos 64 minutos com a substituição, também para o aplauso, por Bruno César.
Di María continua igual a si próprio e foi ele quem esticou mais o jogo do lado merengue. Bem lançado pelo lateral-direito Juanfran (um jogador para o futuro do Real?), tentou apanhar fora de posição Melgarejo, mas foi Callejón o mais objectivo dos espanhóis, ao contrário de Kaká que não parece encontrar o caminho de regresso do exílio ao bom futebol.
A primeira parte terminou com cinco erros e quatro golos, com Cardozo, sem marcação, a falhar na pequena área um bom cruzamento de Melgarejo (32), e a receber assobios da bancada. Javi García (5) e Witsel (23) deixaram o nome no ecrã gigante, ao converterem de cabeça, dois livres de Martins.
Na segunda parte, o Benfica entrou com energia, e também com Enzo Pérez, Ola John e Kardec (em vez de Nolito, Gaitán e Cardozo). O argentino marcaria pela primeira vez com a camisola do Benfica e logo por duas vezes. A primeira logo aos 54 minutos. Terá tentado cruzado, mas o pé esquerdo enrolou a bola por cima de Adán e colocou os encarnados na frente. O Benfica caiu de vez em cima da jovem defesa madridista e assinou o 4-2 quatro minutos depois, pelo inevitável Carlos Martins. De novo Pérez na jogada, a servir Witsel. O belga entrou na área e cruzou atrasado para o golo mais bonito da noite.
A equipa portuguesa ameaçava a goleada e chegou mesmo ao 5-2. Kardec furou entre os centrais do Real e a bola sobrou para Enzo Pérez, que finalizou com classe, picando-a por cima do guarda-redes. Desta vez, ao contrário do que tinha acontecido no primeiro, o argentino festejou e não foi preciso que Carlos Martins chamasse os restantes nove elementos da equipa para fazerem a festa.
O Benfica consegiu uma goleada das antigas, mas sem ter o problema lateral resolvido. E vai ter de o resolver se não quiser sofrer dissabores durante a época. Mesmo apesar da goleada a um Real Madrid desfalcado.
BENFICA: Artur; Maxi, Luisão, Garay, Melgarejo; Javi García e Witsel; Gaitán, Carlos Martins e Nolito; Cardozo
Jogaram ainda: Ola John, Enzo Pérez, Kardec, Bruno César, Saviola, Michel e Luisinho
REAL MADRID: Adán; Juanfran, Ivan, Varane e Nacho; Lass e Granero; Callejón, Kaká e Di María; Higuaín.
Jogaram ainda: Benzema, Coentrão, Morata, Cheryshev, Lucas e Mosquera
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